Símbolo da vida, em perpétua evolução, em ascensão para o céu, a árvore evoca o simbolismo da verticalidade, pondo em comunicação os três níveis do Cosmos: o subterrâneo, com as suas raízes abrindo caminho nas profundezas onde penetram; a superfície da terra, com o tronco e os primeiros ramos; as alturas, com os seus ramos superiores, atraídos pela luz do céu.
A árvore põe em contacto o plano terrestre e o plano celeste, sendo, portanto, um elo de ligação entre ambos. É um eixo e possui um caráter central, de tal forma que a Árvore do Mundo se torna sinónimo de Eixo do Mundo.
A Árvore Cósmica emana majestade. É o que acontece, nas crenças dos povos respetivos, com o carvalho celta, a tília germânica, o freixo escandinavo, a oliveira do oriente islâmico, todas elas notáveis pelas suas dimensões e longevidade.
Simbolicamente, a árvore encontra-se carregada de forças sagradas, observa M. Eliade, porque é vertical, porque cresce, porque perde as suas folhas e as recupera, e, por conseguinte, se regenera: morre e renasce vezes sem conta.
A árvore, com a sua presença e o seu poder, é também, necessariamente, a Árvore da Vida, quer ela seja de folhas perenes, como o loureiro, símbolo de imortalidade, quer de folhas caducas, cuja regeneração periódica exprime o ciclo das mortes e renascimentos e, por isso, a vida na sua dinâmica. A Árvore da Vida tem o orvalho celeste como seiva, e os seus frutos, ciosamente guardados, transmitem uma parcela de imortalidade.
Jean Chevalier; Alain Gheerbrant
Dicionário dos Símbolos
Lisboa, Ed. Teorema, 1994
Excertos adaptados