O príncipe e a princesa

Jean Chevalier; Alain Gheerbrant
Dicionário dos Símbolos
Lisboa, Ed. Teorema, 1994
Excertos adaptados

O príncipe e a princesa

O Príncipe simboliza a promessa de um poder supremo, a primazia entre os seus pares, seja qual for o domínio em questão: um príncipe das letras, das artes, das ciências; a Princesa dos poetas. O Príncipe encantado e a Princesa distante fazem sonhar os jovens. Exprimem as virtudes reais no estado da adolescência, ainda não dominadas nem exercidas.

Uma ideia de juventude e de irradiação está ligada à figura do príncipe. Tem mais a ver com a personagem do herói do que com a do sábio. A ele pertencem mais as grandes acções do que a manutenção da ordem. O príncipe e a princesa são a idealização do homem e da mulher, quanto à beleza, ao amor, à juventude e ao heroísmo.

Nas lendas, o príncipe é muitas vezes vítima de feiticeiras que o transformam em monstro ou em animal, e só recupera a sua forma primitiva sob o efeito de um amor heróico. Por exemplo, em A Bela e o Monstro, o príncipe simboliza a metamorfose de um eu inferior num eu superior, pela força do amor. A qualidade de príncipe é a recompensa de um amor total, isto é, absolutamente generoso.

O símbolo tem também o seu lado obscuro: Lúcifer é o Príncipe das Trevas. O portador da luz não espalha senão sombra. É a corrupção do melhor, que se torna o pior. Principado do mal, da noite e da morte, é o estado extremo da falta de bem, de claridade e de vida: em suma, a inversão do símbolo.

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