A concha, evocando as águas onde ela se forma, participa do simbolismo da fecundidade próprio da água. Representa o órgão sexual feminino. O seu conteúdo ocasional, a pérola, suscitou, talvez, a lenda do nascimento de Afrodite, a Vénus eterna, figuração da componente feminina da psique. É o espaço primeiro, o útero, o ventre materno, as águas primordiais.
De um simbolismo de fecundidade é fácil passar para a noção de prosperidade, de sorte. Na China, a imagem da concha está associada à dos imperadores.
A concha é, por isso, um símbolo de nascimento, de geração. Lua, Água, Mulher, Concha, são quatro elementos associados.
A concha, nos sonhos, é uma expressão da líbido. A fenda a ela associada é a entrada da gruta, da câmara do tesouro, espaço da realização do Ser.
Para o imaginário, a concha é também um lugar de comunicação entre dois mundos: o mundo do sensível e o além; o exterior e o interior; o visível e o que existe para lá do olhar.